E aquela sorte que me acompanha quando estou ao comando de uma equipe de Hóquei em Patins...
Ao vencer o jogo de hoje contra o Clube Internacional de Regatas, por 2x1, no Canindé, a Associação Portuguesa de Desportos sagrou-se Campeã Paulista da temporada 2015, por antecipação.
Obrigado aos jogadores por me darem de presente mais este título!
Em frente!
O dia 5 de outubro de 2006 foi o dia mais triste do Hóquei Feminino do Brasil.
A Seleção Brasileira, vice-campeã mundial de 2002 e 2004, disputava no Chile mais um Mundial.
Classificou-se em primeiro lugar no grupo, mas foi eliminada, depois de uma armação da Federação de Portugal.
O Brasil tinha eliminado Portugal nas semifinais dos dois Mundiais anteriores, e faria de novo mais um jogo decisivo contra eles.
A armação envolvia um suposto caso de doping da goleira da Seleção e tirou o Brasil da fase final.
Para piorar, a FIRS (Federação Internacional) obrigou o Brasil a disputar os jogos da poule B, ameaçando o país de suspensão por dois anos, prejudicando o mundial masculino e o infantil.
Até hoje eu me arrependo de ter aceitado entrar em campo, mesmo para vencer todos os jogos. O Brasil terminou o Mundial como única equipe invicta da competição.
Portugal terminou eliminado do mesmo jeito, para o Chile, que terminou campeão, com uma derrota na campanha.
Esta foi a última vez que a dupla das Patrícias (Albuquerque e Perini) vestiram a camisa da seleção. Puro desgosto.
O Hóquei Feminino brasileiro quase acabou. O Brasil não participou dos Campeonatos Mundiais seguintes. Só voltou anos depois, sempre na condição de coadjuvante.
Foi também a última vez que eu fui o treinador da seleção.
Neste dia, o Brasil perdeu muito.
Pra sempre.
BRASIL 4x3 PORTUGAL - SEMI-FINAL DO MUNDIAL DE 2004
Para o Mundial de Hóquei sobre Patins feminino de 2004, eu já tinha voltado para o Brasil e estava afastado do hóquei profissional, quando fui convidado novamente para compor a equipe técnica da Seleção do Brasil.
Não havia muitas expectativas de repetir a brilhante campanha do Mundial de 2002, quando chegamos à final.
Convoquei a capitã Patricia Perini que já tinha se aposentado há 1 ano e repeti o time de 2002.
E chegamos na semi-final, de novo, para enfrentar Portugal, num bonito ginásio da cidade de Wuppertal, na Alemanha.
Portugal terminou vencendo o primeiro tempo por 2-0.
No intervalo, um torcedor de Portugal jogou a bandeira de Portugal no rosto da artilheira Patricia Albuquerque, em tom de provocação. O gesto anti-esportivo deste torcedor despertou a ira da atleta, que marcou 3 gols em sequência, e virou um jogo perdido.
Portugal empatou novamente, em pênalti de Raquel Pinto, mas Mariana Cabral fez mais um gol decisivo, classificando o Brasil para mais uma final de Campeonato Mundial.
Para a artilheira Patricia Albuquerque, este foi o melhor jogo de sua vitoriosa carreira esportiva.
Para mim, chegar em mais uma final, impensável. Neste mesmo dia, após o apito final, desabei em lágrimas por quase uma hora, num choro de sensações inesquecíveis...